sábado, 10 de outubro de 2020

SINCRONIA ENTRE OS BLOGS ESPÍRITAS DE MINHA AUTORIA

 Caríssimos (as) irmão (ãs),

Ao acessarem essa página, a partir de uma busca por um termo específico, convido-lhes a explorar mais o blog que tem todas as 104 mensagens do livro Espírito da Verdade (Espíritos Diversos/Chico Xavier/Waldo Vieira) e publicadas na ordem que se apresentam no livro.

Se explorarem a coluna direita do blog vocês encontrarão outras informações da Doutrina Espírita, como máximas, e relativa a sites ligados ao Espiritismo.

Em particular, vocês encontrarão os links para os outros blogs meus que apresentam as reflexões sobre as mensagens contidas nos livros: Caminho, Verdade e Vida e Fonte Viva (já encerrados) e Pão Nosso (em andamento) de Emmanuel/Chico Xavier.

Fraternalmente,

Domício.

São Luís - MA, 21/03/2021.

 

quarta-feira, 10 de junho de 2020

JESUS SABE

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JESUS SABE

MEIMEI

Psicografada por Chico Xavier Sobre o Item 7[1] do Cap. XII do ESSE

 

Dissestes: “não ajudo, porque esse homem é pervertido”, e, de outra feita, afirmaste: “não auxilio, que essa mulher errou por querer...”

Não te lembraste, porém, de que Jesus, antes, lhes viu a falta e nem por isso lhes cortou o ensejo à necessária reparação.

Não perca tempo em procurar o mal; contudo, emprega a atenção em socorrer-lhe as vítimas.

Diante desse ou daquele sucesso amargo, sempre mais do que nós, Jesus sabe...

Conhece o Divino Amigo onde se esconde o verme do vício, como também onde se oculta a farpa da crueldade.

Em razão disso, não te buscaria para relacionar as úlceras alheias nem para conferir os espinhos da estrada.

Se alguém prefere mergulhar na sombra, dize contigo: – Jesus sabe.

Se alguém te não escuta a palavra de amor, nota em silêncio: – Jesus sabe.

Se alguém surge enganado aos teus olhos, pensa, convicto: – Jesus sabe.

Se alguém foge de cumprir o dever, observa de novo: – Jesus sabe.

Faze o bem que puderes e, entregando a justiça à harmonia da Lei, entenderás, por fim, que Jesus nos chamou para fazer luzir a estrela da caridade onde a vida padeça o insulto da escuridão. 

MINHA REFLEXÃO

 Quem somos nós para julgar os erros alheios e a partir desse julgamento negar a mão irmã a um que falhou, até mesmo conosco? Somos todos passíveis de erro, merecedores da misericórdia de Deus, nosso Pai que vê tudo, e também de Jesus Cristo, que do mesmo modo tudo vê o que acontece no nosso Planeta.

Somos muito indulgentes para conosco, e devemos ser mesmo, pois o remorso e a culpa não resolvida nos levam a processos obsessivos. No entanto, não somos indulgentes na mesma medida com os erros do nosso semelhante que passa por sua vez por um estágio evolutivo que já superamos. O que serve para os inimigos e aos que nos ferem por um desequilíbrio momentâneo (vede Item 7, inspirador dessa mensagem de Meimei) serve principalmente para os que são reconhecidamente amigos e familiares.

Jesus sabe, como Meimei diz, e devemos também saber na medida do possível o que se passa com todos no momento de nos ofender e/ou que fizemos, sem saber conscientemente, para merecer a ofensa. Muitas vezes fomos incompreendidos. De qualquer modo, mas vale ser ofendido que ser o ofensor e conforme o Espírito Paulo (in Item 15 do Cap X do ESE) “perdoar aos inimigos é pedir perdão para si próprio; perdoar aos amigos é dar-lhes uma prova de amizade; (...) Paz e alegrias.

[1] 7. Aprendestes que foi dito: olho por olho e dente por dente. – Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal que vos queiram fazer; que se alguém vos bater na face direita, lhe apresenteis também a outra; – e que se alguém quiser pleitear contra vós, para vos tomar a túnica, também lhe entregueis o manto; – e que se alguém vos obrigar a caminhar mil passos com ele, caminheis mais dois mil. – Dai àquele que vos pedir e não repilais aquele que vos queira tomar emprestado. (S. MATEUS, 5:38 a 42.)

 


quinta-feira, 4 de junho de 2020

PROVAS DECISIVAS

68 PROVAS DECISIVAS
LAMEIRA DE ANDRADE Psicografada por WALDO VIEIRA Sobre o Item 19 do Cap V do ESE
Clamas contra o infortúnio que te visita e desespera-te, sem reação construtiva, ante as horas de luta. Falaram-te do Senhor e dos aprendizes abnegados que o seguiram, nas horas primeiras, na senda marginada de prantos e sacrifícios... Queres, porém, comungar-lhe a paz e viver em menor esforço... Todavia, quase todos os grandes vultos da Humanidade, em todas as épocas e em todos os povos, passaram pelo tempo das provas decisivas. Senão observemos: Cervantes ficou paralítico da mão esquerda e esteve preso sob a acusação de insolvente, mas sobressaiu acima da injúria e legou um tesouro à literatura da Terra. Bernard Palissy experimentou tamanha pobreza que chegou, em certo momento, a queimar a mobília da própria casa, a fim de conseguir suficiente calor nos fornos em que fazia experiências; contudo, atingiu a perfeição que desejava em sua obra de ceramista. Shakespeare sentiu-se em tão grande penúria, que se achou, um dia, a incendiar um teatro, tomado de desespero; entretanto, superou a crise e deixou no mundo obras-primas inesquecíveis. Victor Hugo esteve exilado durante dezoito anos; todavia, nunca abandonou o trabalho e depôs o corpo físico, no solo de sua pátria,sob a admiração do mundo inteiro. Faraday, na mocidade, foi compelido a servir na condição de ajudante de ferreiro, de modo a custear os próprios estudos; no entanto, converteu-se num dos físicos mais respeitados por todas as nações. Hertz enfrentou imensa falta de recursos e foi vendedor de revistas para sustentar-se; entretanto, venceu as dificuldades e tornou-se um dos maiores cientistas mundiais. De igual modo, entre os espíritas as condições de existências terrestres não têm sido outras. Na França, Allan Kardec sofreu, por mais de uma década, insultuoso sarcasmo da maioria dos contemporâneos; contudo, jamais desanimou, entregando à posteridade o luminoso patrimônio da Codificação. Na Espanha, Amália Domingo Sóler, ainda em plenitude das forças físicas, tolerou o suplício da fome, na flagelação da cegueira; todavia, nunca duvidou da Providência Divina, consagrando ao pensamento espírita a riqueza de suas páginas imortais. No Brasil, Bezerra de Menezes, abdicando das fulgurações da política humana e, não obstante a posição de médico ilustre, partiu da Terra, em extrema necessidade material, o que não impediu a sua elevação ao título de Apóstolo. Em razão disso, não te deixes vencer pelos obstáculos. A resignação humilde, a misturar lágrimas e sorrisos, anseios e ideais, consolações e esperanças, constrói sobre a criatura invisível auréola de glória que se exterioriza em ondas de simpatia e felicidade. Quando o carro de tua vida estiver transitando pelo vale da aflição, recorda a paciência e continua trabalhando, confiando e servindo com Jesus.

MINHA REFLEXÃO A Mensagem de Lameira de Andrade foi inspirada por Santo Agostinho, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, no Cap. V, intitulado Bem-Aventurados os Aflitos, quando fala das provas que pedimos antes de reencarnamos e que agora não deveríamos nos colocar diante de Deus como coitados que precisam de isenção da dor para pensar na felicidade.
A felicidade não é deste mundo, já nos asseverou Jesus; então iludido é aquele habitante de um planeta de provas e expiações como a Terra, por pensar que está aqui para fazer turismo. Não, estamos aqui para realizar o melhor pela nossa progressão espiritual, nos livrando do nosso carma negativo acumulado desde que nos enveredamos pelas desobediências às Leis Naturais, que preservam a nossa integridade espiritual e física e abre o caminho para a nossa felicidade.

“Em tese geral pode afirmar-se que a felicidade é uma utopia a cuja conquista as gerações se lançam sucessivamente, sem jamais lograrem alcançá-la. Se o homem ajuizado é uma raridade neste mundo, o homem absolutamente feliz jamais foi encontrado.” (François-Nicolas-Madeleine, Cardeal Morlot, In: Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. V, Item 20, em sua mensagem intitulada "Felicidade não e deste mundo”.

Gostei muito do pensamento do Espirito Lameira: “Quando o carro de tua vida estiver transitando pelo vale da aflição, recorda a paciência e continua trabalhando, confiando e servindo com Jesus.” Entendo, a partir desse pensamento, que a vida não pára por que sofremos. Muito podemos fazer mesmo numa condição infeliz, que muitas vezes não é tão relevada porque nos absorvemos no trabalho, seja espiritual ou profissional e contamos com a amizade dos espíritos amigos, sejam encarnados ou desencarnados.

Infeliz não é quem tem que passar um sofrimento, mas aquele que foge dele, pois disse Jesus: Bem-aventurados os que choram, pois que serão consolados. - Bem-aventurados os famintos e os sequiosos de justiça, pois que serão saciados. - Bem-aventurados os que sofrem perseguição pela justiça, pois que é deles o reino dos céus. (S. MATEUS, cap. V, vv. 5, 6 e 10.)
Paz e alegrias!!

sábado, 23 de janeiro de 2010

PRECE NO TEMPLO ESPÍRITA

Com esta mensagem eu encerro um ciclo de reflexões sobre as mensagens do livro "O Espírito da Verdade" (FEB). Foram exatos dois anos, pois na data dessa postagem, esse trabalho aniversariou pela segunda vez e coincidiu com a última mensagem do livro.
Intenciono voltar a cada mensagem refletida e refletir sobre a minha reflexão.
Agradeço a todos (foram poucos) que fizeram comentários em alguma postagem minha, ressaltando que os poucos comentários foram muito valiosos pelo estímulo que me deram.
Muito grato a Deus, também, e a todos os Espíritos desencarnados que me inspiraram em alguma vez na minha reflexão, se é que não foram em todas....
104
PRECE NO TEMPLO ESPÍRITA



EMMANUEL
Psicografada por WALDO VIEIRA
Sobre o Item 4
[1] do Cap. XXVIII do ESE


Senhor Jesus, abençoa, por misericórdia, o lar que nos deste ao serviço da oração.
Reúne-nos aqui em teu amor e ensina-nos a procurar-te para que não nos percamos à margem do caminho.
Nos instantes felizes, sê nossa força, para que a alegria não nos torne ingratos e insensíveis.
Nos momentos amargos, sê nosso arrimo, para que a tristeza não nos faça abatidos e inúteis.
Nos dias claros, concede-nos a bênção do suor no trabalho digno.
Nas noites tempestuosas, esclarece-nos o espírito para que te entendamos a advertência.
Inclina-nos a pensar sentindo, para que não guardemos gelo no cérebro, e induze-nos a sentir pensando para que não tenhamos fogo no coração.
Ajuda-nos para que a caridade em nossa existência não seja vaidade que dilacere os outros e para que a humildade em nossos dias não seja orgulho rastejante!...
Auxilia-nos para que a nossa fé não se converta em fanatismo e para o nosso destemor não se transforme em petulância.
Amorável benfeitor, perdoa nossas faltas.
Mestre Sublime, reergue-nos para a lição.
E, sobretudo, Senhor, faze que entendamos a Divina Vontade, a fim de que, aprendendo a servir contigo, saibamos dissolver a sombra de nossa presença na glória de tua luz
!


MINHA REFLEXÃO

Emmanuel, iluminado com sempre, faz uma prece muito orientadora para os que militam na Doutrina Espírita. Os trabalhadores de uma casa espírita, em torno do nome de do Cristo, fazem trabalho de grande ajuda aos que a procuram.
Entretanto, o fato de serem trabalhadores espíritas, por fazerem trabalhos caritativos, não os isentam da reflexão que essa sentida prece de Emmanuel promove.
A humildade na fé é que distingue o verdadeiro espírita, que procura o trabalho espírita, não para se promover como cristão, mas para adiantar serviços há muito adiados, como nos ilumina a parábola dos trabalhadores da ultima hora
[2]
O trabalho espírita é de renúncia, mas ao mesmo tempo de muita alegria por que aquele que o faz sai de sua própria clausura e, em liberdade, voa por ares que fazem ver a vida de um outro ângulo que possibilita antever momentos felizes futuros que são da alma despojada dos apegos materiais, social e mesmo famililar[3].
Que, sendo espíritas, possamos estar sempre sintonizado com o Cristo, como ele nos ensinou, pois se nos reunirmos, em nome dele, ali Ele estará.
Que Deus nos ajude a sempre entender assim.
PAZ E ALEGRIAS

[1] Onde quer que se encontrem duas ou três pessoas reunidas em meu nome, eu com elas estarei. (S. MATEUS, cap. XVIII, v. 20.)
[2] (S. MATEUS, cap. XX, vv. 1 a 16. Ver também: “Parábola do festim das bodas”, cap. XVIII, nº 1.)
[3] S. LUCAS, (XIV, vv. 25 a 27 e 33.) e (S. MATEUS, cap. X, v. 37.)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

ROGATIVA DAS MÃOS

103
ROGATIVA DAS MÃOS



ANDRÉ LUIZ
Psicografada por CHICO XAVIER
Sobre o Item 3
[1] do Cap. XXV do ESE


1. Nascemos com você para a realização de sua tarefa.
Não nos deixe desocupadas.
2. Evite usar-nos em bebidas e alimentos impróprios.
Não nos obrigue a impor-lhe o suicídio.
3. Não se queixe do mundo.
Em verdade, não conseguimos apanhar estrelas, mas podemos plantar flores.
4. É possível que você tenha necessidade de estender-nos algumas vezes para pedir.
Antes, porém, dirija-nos ao trabalho, para que venhamos a merecer.
5. Refere-se você à genialidade do cérebro.
Entretanto, sem nós, a Torre Eiffel ficaria em projeto e as sinfonias de Beethoven não passariam de sonho.
6. Orgulha-se você de muitas máquinas.
Contudo, sem a nossa cooperação, seriam elas inúteis.
7. Você diz que a manutenção da própria existência está pela hora da morte.
Mas, se você quiser, cultivaremos feijão, arroz, milho ou batatas e enriqueceremos a vida.
8. Lamenta-se você quanto à falta de empregados.
Não olvide, porém, que é um insulto exigir dos outros aquilo que podemos fazer por nós mesmos.
9. Afirma-se você sem tempo para ajudar, mas despende longas horas em conversações sem proveito.
Recorde que Deus não nos confiou a você para sermos guardadas no bolso ou para sermos dependuradas em janelas e postes, poltronas e balaústre.
10. Em muitas ocasiões você cai na sombra da tristeza ou do desânimo, conservando a cabeça como pote de fel.
Entretanto, se você colocar-nos no serviço do bem, vazaremos suas mágoas através do suor, e você sorrirá, cada instante, encontrando a alegria de viver em forma de nova luz.

MINHA REFLEXÃO
Essa mensagem é muito oportuna, considerando que muito temos a fazer nesse planeta de provas e expiações. Temos que aproveitar bem o tempo que passamos no nosso orbe, nossa morada planetária.
Deus nos dá as provas, e as expiações nos chegam pela nossa incúria com nosso próprio progresso, sendo uma aplicação da lei de causa e efeito. Entretanto, nosso Criador não nos deixa sem condições de trabalho e estudos para o nosso próprio desenvolvimento que deve ser mérito de nós mesmo.
A relação com Deus é também de petitórios, mas não devemos esquecer que Deus nos deu a inteligência para progredir exercendo nossa inteligência nos estudos das possibilidades de resolução dos problemas. Daí a existências dos gênios da humanidade que reencarnaram para dar ao homem condições de uma melhor qualidade de vida, minimizando os sofrimentos e favorecendo-nos com as mordomias que uma sociedade desenvolvida adquire ao longo dos tempos.
O item do Evangelho Segundo o Espiritismo, intitulado “Busca e Achareis”
[2], que inspirou essa mensagem de André Luiz nos mostra que o progresso só se dá por que existe a reencarnação, senão a humanidade teria um eterno começar. A reencarnação possibilita a continuidade do progresso, quando gerações se substituem já tendo um conhecimento suficiente para continuar a obra da anterior. As pesquisas são a aplicação do “Busca e Achareis” e as novas aprendizagens só acontecem em virtude dos conhecimentos prévios, como já dizem os construtivistas.
Sejamos, então, bons utilitários de nossas mãos exercendo nossas ações em prol de nós mesmo e do nosso semelhante
Que Deus nos ajude a sempre entender assim.
PAZ E ALEGRIAS

[1] 3. Se Deus houvesse isentado do trabalho do corpo o homem, seus membros se teriam atrofiado; se o houvesse isentado do trabalho da inteligência, seu espírito teria permanecido na infância, no estado de instinto animal. Por isso é que lhe fez do trabalho uma necessidade e lhe disse: Procura e acharás; trabalha e produzirás. Dessa maneira serás filho das tuas obras, terás delas o mérito e serás recompensado de acordo com o que hajas feito.
[2] Pedi e se vos dará; buscai e achareis; batei à porta e se vos abrirá; porquanto, quem pede recebe e quem procura acha e, àquele que bata à porta, abrir-se-á. Qual o homem, dentre vós, que dá uma pedra ao filho que lhe pede pão? - Ou, se pedir um peixe, dar-lhe-á uma serpente? -Ora, se, sendo maus como sois, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, não é lógico que, com mais forte razão, vosso Pai que está nos céus dê os bens verdadeiros aos que lhos pedirem? (S. MATEUS, cap. VII, vv. 7 a 11.)

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

REIVINDICAÇÃO

102
REIVINDICAÇÕES



HILÁRIO SILVA
Psicografada por WALDO VIEIRA
Sobre o Item 17
[1] do Cap. X[2] do ESE


Há muito aspira Saturnino Peixoto ao interesse de algum homem público para favorecê-lo na abertura de certa estrada.
Para isso, conversou, estudou, argumentou...
Concluiu, por fim, que a pessoa indicada seria o deputado Otaviano, recém-eleito, homem ao qual se referiam todos da melhor maneira, pela atenção e carinho com que se dedicava à solução dos problemas da extensa região que representava.
Depois de ouvir o escrivão da cidade, Saturnino redigiu longa carta-memorial, minudenciando a reivindicação.
E ficou aguardando a resposta.
Correram dias, semanas, meses.
Nenhum aviso.
Revoltado, Saturnino começou a exprobrar a conduta política do deputado que nem sequer lhe respondera à carta.
Sempre que se lembrava do assunto, criticava o político, censurando-o acremente, a envolver todos os homens públicos em condenação desabrida.
Nada valiam ponderações da companheira, D. Estefânia, espírita convicta, que lhe pedia perdoar e esquecer.
Transcorreram três anos, até que a solicitação caducou.
Saturnino, obrigado a desistir da idéia, guardou, contudo, profundo ressentimento do legislador que terminava o mandato.
Certo dia, porém, revolvia os guardados de velha prateleira no escritório, quando encontrou, surpreendido, entre livros e papéis relegados à traça, o memorial que escrevera ao deputado, dentro de envelope sobrescritado, selado e recoberto de pó.
Saturnino se esquecera de enviar a carta...


MINHA REFLEXÃO

Que conseqüências tem uma falha na comunicação, em particular, quando essa comunicação nem chega a partir do emissor. Saturnino, entendendo que não foi atendido, fez julgamentos negativos do político Otaviano. Apesar de sua esposa Estefânia, espírita que era, lhe lembrar da indulgencia, Saturnino não lhe deu ouvido e trancou-se em sua indignação de uma pessoa que se sentiu ultrajada.
Em geral, quando não somos atendidos, nesse ou naquele petitório ou em uma atenção, antes que pensemos em pedir explicações da outra parte, fazemos logo as nossas ilações sobre o que aconteceu e nos detemos, maliciosamente, numa falha que, sem certeza da verdade, o o(a) amigo(o) ou mesmo(a) desconhecido(a) cometeu contra nós. Dizemos: “que falta de consideração!”
É muito importante darmos a chance do outro explicar a ausência, a falta de uma resposta que deveria ser imediata, etc. Assim, estamos sendo indulgente a qualquer coisa que tenha acontecido.
A mensagem de João nos leva a refletir ainda que não basta perdoarmos a falta, mas, também, devemos continuar amigo ou mesmo iniciar uma amizade, se possível, com aquele que nos cometeu uma falta.
Que sejamos amigos sempre, incondicionalmente... Uma falta nunca deve ser motivo para nos afastarmos em definitivo de alguém.

Que Deus nos ajude a sempre entender assim.
PAZ E ALEGRIAS

[1] (...) Que é o que pedis ao Senhor, quando implorais para vós o seu perdão? Será unicamente o olvido das vossas ofensas? Olvido que vos deixaria no nada, porquanto, se Deus se limitasse a esquecer as vossas faltas, Ele não puniria, é exato, mas tampouco recompensaria. A recompensa não pode constituir prêmio do bem que não foi feito, nem, ainda menos, do mal que se haja praticado, embora esse mal fosse esquecido. Pedindo-lhe que perdoe os vossos desvios, o que lhe pedis é o favor de suas graças, para não reincidirdes neles, é a força de que necessitais para enveredar por outras sendas, as da submissão e do amor, nas quais podereis juntar ao arrependimento a reparação (...). João, Bispo de Bordéus, 1962.

[2]Bem-aventurados os que são misericordiosos, porque obterão misericórdia. (S. MATEUS, cap. V, v. 7.).
Se perdoardes aos homens as faltas que cometerem contra vós, também vosso Pai celestial vos perdoará os pecados; - mas, se não perdoardes aos homens quando vos tenham ofendido, vosso Pai celestial também não vos perdoará os pecados. (S. MATEUS, cap. VI, vv. 14 e 15.)
Se contra vós pecou vosso irmão, ide fazer-lhe sentir a falta em particular, a sós com ele; se vos atender, tereis ganho o vosso irmão. - Então, aproximando-se dele, disse-lhe Pedro: "Senhor, quantas vezes perdoarei a meu irmão, quando houver pecado contra mim? Até sete vezes?" - Respondeu-lhe Jesus: “Não vos digo que perdoeis até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes." (S. MATEUS, cap. XVIII, vv. 15, 21 e 22.)

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

QUANDO VOLTARES

101
QUANDO VOLTARES

MEIMEI
Psicografada por CHICO XAVIER
Sobre o Item 7* do Cap. XVIII do ESE

Sofres pedindo alívio e inebrias-te na oração, como quem sobe ao Céu pela escada sublime da benção...
Rogas a presença do Cristo.
Todavia, não encontras o Mestre, diante de quem prostrarias de rastros.
Sabe, porém, que nas alturas os Braços Eternos te sustentam a vida e, enquanto te enterneces na melodia da confiança, sentes que tua alma se coroa de luz, ao fulgor das estrelas.
Suplicas, em prece, a própria felicidade e a felicidade dos que mais amas, obtendo consolo e refazendo energias...
Contudo, quando voltares da divina excursão que fazes em pensamento, desce teus olhos no vale dos que padecem.
Surpreenderás aqueles para quem leve migalha de teu conforto expressará sempre, de algum modo, a aquisição da perfeita alegria.
Os mutilados em pranto oculto, os enfermos deixados aos pesadelos da noite, os infelizes em desespero e os pequeninos que se amontoam ante o lar de ninguém.
Descobrindo-os, decerto não lhe alongarás apenas o olhar dorido, mas também as próprias mãos, aprendendo a redentora ciência de auxiliar.
Compreenderás então que podes igualmente distribuir na Terra o tesouro de amor que imploras do Céu, e quem sabe?
Talvez hoje mesmo, penetrando o quarto sem lume de algum doente que o mundo esqueceu no catre da angústia, encontrarás o Senhor, velando-lhe as horas, como a dizer-te com ternura inefável:
- “Para que me chamaste? Eu estou aqui.”

MINHA REFLEXÃO
É muito fácil levantar os olhos aos Céus e glorificar o Mestre Jesus. A oração, realmente nos eleva espiritualmente nos deixando leves, às vezes a flutuar.
No entanto, ao descermos das alturas em que estávamos a pairar, nos deparamos com a realidade dura e às vezes cruel em que vivem aqueles que nos envolvem, seja familiarmente ou socialmente.
Se a oração não nos sensibiliza a dar a mão a quem necessita, seremos aqueles que constroem a casa na areia e, então, grandes são suas ruínas. Termos perdido nosso tempo ou adiado nossa felicidade um pouco mais.
Jesus nos lembrou, na parábola do bom samaritano (S. MATEUS, cap. XXV, vv. 31 a 46.) se fizéssemos aos mais pequeninos de seus irmãos, estaríamos fazendo a ele mesmo. Daí a simbologia dessa mensagem, quando o crente, depois de orar, encontra Jesus ao pé do leito de um desvalido.
Que oremos sim, mas que não nos esqueçamos de descer das alturas e encontrar com o nosso Senhor em sua seara de assistência aos necessitados.
Que Deus nos ajude.
PAZ E ALEGRIAS


*7. Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica, será comparado a um homem prudente que construiu sobre a rocha a sua casa. - Quando caiu a chuva, os rios transbordaram, sopraram os ventos sobre a casa; ela não ruiu, por estar edificada na rocha. - Mas, aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica, se assemelha a um homem insensato que construiu sua casa na areia. Quando a chuva caiu, os rios transbordaram, os ventos sopraram e a vieram açoitar, ela foi derrubada; grande foi a sua ruína. (S. MATEUS, cap. VII, vv. 24 a 27. - S. LUCAS, cap. VI, vv. 46 a 49.)

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

VOCÊ E OS OUTROS

100
VOCÊ E OS OUTROS



ANDRÉ LUIZ
Psicografada por WALDO VIEIRA
Sobre o Item 9 do Cap. XIII do ESE



Amigo, atendamos ao apelo da fraternidade.
Abra a própria alma às manifestações generosas para com todos os seres, sem trancar-se na torre das falsas situações perante o mundo.
A pretexto de viver com dignidade, não caminhe indiferente ao passo dos semelhantes.
Busque relacionar-se com as pessoas de todos os níveis sociais, tendo amigos além das fronteiras do lar, da fé religiosa e da profissão.
Evite circunspecção constante e a tristeza sistemática que geram a frieza e sufocam a simpatia.
Não menospreze a pessoa mal vestida nem a pessoa bem-posta.
Não crie exceções na gentileza para com o companheiro menos experiente ou menos educado, nem humilhe aquele que atenta contra a gramática.
Não deixe correr meses sem visitar e falar aos irmãos menos favorecidos, ignorando a dor que acaso exista.
Não condicione as relações com os outros ao paletó e à gravata, às unhas esmaltadas ou aos sapatos brilhantes que possam mostrar.
Não se escravize ao título convencional e nem exagere as exigências da sua posição em sociedade.
Dê atenção a quem lhe peça, sem criar empecilhos.
Trave conhecimento com os vizinhos, sem qualquer solenidade.
Faça amizade desinteressadamente.
Aceite o favor espontâneo e preste serviço também sem pensar em remuneração.
Ninguém pode fugir à convivência da Humanidade.
Saiba, pois viver com todos para que o orgulho não lhe solape o equilíbrio.
Quem se encastela no próprio espírito é assim como o poço de água para da que envenena a si mesmo.
Seja comunicativo.
Sorria à criança.
Cumprimente o velhinho.
Converse com o doente.
Liberte o próprio coração, destruindo as barreiras de conhecimento e fé, título e tradição, vestimenta e classe social, existentes entre você e as criaturas, e a felicidade que você fizer para os outros será luz da felicidade sempre maior brilhando em você.

MINHA REFLEXÃO
Esta mensagem de André Luiz, conforme o seu caput, se relaciona com o Cap. do ESE, intitulado “Não saiba a vossa mão esquerda o que dê a vossa mão direita.” (S. MATEUS, cap. VI, vv. 1 a 4.)* , e, em particular, se reporta ao item 9, intitulado “Caridade material e caridade moral”. Esse item é uma mensagem do Espírito Irmã Rosália que nos ensina a viver as duas caridades: a material, que trata do assistencialismo aos desfavorecidos de toda sorte e a moral, que trata do nosso relacionamento com aqueles que Deus coloca no nosso caminho para nos provar a paciência, tolerância, humildade e o perdão. Ela nos ensina, ainda, que não devemos repelir ninguém que nos bate a porta do coração, pois podemos estar a repelir um ente querido de outras encarnações**.
Entretanto, essa mensagem também nos lembra outra discussão evangélica, relacionada à perfeição espiritual. Ela nos reporta ao Capítulo XVII “Sede Perfeitos”*** do ESE. Nesse capítulo, trata-se do dever, da virtude, do homem de bem, do bom espírita, a relação entre superiores e inferiores, o cuidado que devemos ter com o corpo e com o espírito e o Item 10, intitulado, “O homem no mundo”, sobre o qual queremos nos deter, pois a mensagem nos faz pensar na nossa posição no mundo. Para mim, essa mensagem é a “cara” da de Andre Luiz, que estamos refletindo.
A mensagem do Espírito Protetor, no Cap. XVII, nos faz lembrar que estamos no mundo para servir uns aos outros sem distinção. Desse modo, todos são dignos de nossa atenção, em qualquer lugar em que estivermos. Não devemos nos isolar e nem assumir espírito de grupo, seja religioso ou profissional como nos exorta André Luiz, e muito menos assumir posturas de circunspecção constantes, pois a alegria deve ser uma constante em nossas vidas. Se não fosse assim, deixaríamos de ser uma pessoa comum por nos tornarmos espíritas****.
Pensemos que estamos no mundo para nos aperfeiçoar e a construção desse aperfeiçoamento não se dá pelo isolacionismo, e sim, pelo encontro com as pessoas que, como nós, reencarnaram com o mesmo fim: progredir.
Aos espíritas, que sejamos bons espíritas, como A. Kardec nos ensinou e lembremos que, segundo ele, reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más.
Que Deus nos ilumine.
PAZ E ALEGRIAS


* Tende cuidado em não praticar as boas obras diante dos homens, para serem vistas, pois, do contrário, não recebereis recompensa de vosso Pai que está nos céus. – Assim, quando derdes esmola, não trombeteeis, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Digo-vos, em verdade, que eles já receberam sua recompensa. - Quando derdes esmola, não saiba a vossa mão esquerda o que faz a vossa mão direita; - a fim de que a esmola fique em segredo, e vosso Pai, que vê o que se passa em segredo, vos recompensará. - (S. MATEUS, cap. VI, vv. 1 a 4.)
** Grande mérito há, crede-me, em um homem saber calar-se, deixando fale outro mais tolo do que ele. É um gênero de caridade isso. Saber ser surdo quando uma palavra zombeteira se escapa de uma boca habituada a escarnecer; não ver o sorriso de desdém com que vos recebem pessoas que, muitas vezes erradamente, se supõem acima de vós, quando na vida espírita, a única real, estão, não raro, muito abaixo, constitui merecimento, não do ponto de vista da humildade, mas do da caridade, porquanto não dar atenção ao mau proceder de outrem é caridade moral (Irma Rosália – Paris – 1860).
*** Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam. - Porque, se somente amardes os que vos amam que recompensa tereis disso? Não fazem assim também os publicanos? - Se unicamente saudardes os vossos irmãos, que fazeis com isso mais do que outros? Não fazem o mesmo os pagãos? – Sede, pois, vós outros, perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celestial. (S. MATEUS, cap. V, vv. 44, 46 a 48.)
**** Aquele, pois, que se isola priva-se voluntariamente do mais poderoso meio de aperfeiçoar-se; não tendo de pensar senão em si, sua vida é a de um egoísta. (Um Espírito Protetor – Bordéus, 1863.)

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

MENSAGEM DA CRIANÇA AO HOMEM

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MENSAGEM DA CRIANÇA AO HOMEM


MEIMEI
Psicografada por CHICO XAVIER
Sobre o Item 4 do Cap. VIII do ESE



Construíste palácio que assombram a Terra; entretanto, se me largas ao relento, porque me faltem recursos para pagar hospedagem, é possível que a noite me enregele de frio.

*

Multiplicaste os celeiros de frutos e cereais, garantindo os próprios tesouros; contudo, se me negas lugar à mesa, porque eu não tenha dinheiro a fim de pagar o pão, receio morrer de fome.

*

Levantaste universidades maravilhosas, mas, se me fechas a porta da educação, porque eu não possua uma chave de ouro, temo abraçar o crime, sem perceber.
*
Criaste hospitais gigantescos; no entanto, se não me defendes contra as garras da enfermidade, porque eu não te apresente uma ficha de crédito, descerei bem cedo ao torvelinho da morte.
*
Proclamas o bem por base da evolução; todavia se não tens paciência para comigo, porque eu te aborreça, provavelmente ainda hoje cairei na armadilha do mal, como ave desprevenida no laço do caçador.
*
Em nome de Deus que dizes amar, compadece-te de mim!...
Ajuda-me hoje para que eu te ajude amanhã.
Não te peço o máximo que alguém talvez te venha a solicitar em meu benefício...
Rogo apenas o mínimo do que me podes dar para que eu possa viver e aprender.


MINHA REFLEXÃO
Meimei, um Espírito materno, vem, nessa mensagem, em favor das crianças abandonadas, que sabemos existir, e que nesse momento passam necessidades como ela coloca.
A mensagem de Meimei parece um apelo às autoridades políticas, que representam a sociedade, no sentido de uma maior atenção às crianças abandonadas, ou mesmo aquelas que vivem protegidas pelos pais, mas à margem da sociedade.
Parece um pedido ao Espírito humano encarnado na Terra para que olhe as crianças órfãs de tudo, que na verdade são Espíritos em expiação ou prova (em geral em expiação).
O item 4 do Capitulo VIII – Bem Aventurado os que têm puro o coração – nos trás a reflexão de A. Kardec sobre a inocência da criança, que por natureza deve ter um corpo proporcional a capacidade intelectual do Espírito que o habita e por bom senso, ser dócil as impressões educativas que deve receber nos primeiros anos de vida, no sentido de tornar-se melhor do que chegou. Se não fosse um “anjo” ninguém o suportaria, em particular a sua mãe.
Que essa carta tenha eco no conjunto de políticas públicas, mas, sobretudo, que possamos de nossa parte, fazer o que for possível, apoiando uma iniciativa, seja social ou religiosa, que visa dar uma atenção caridosa às crianças abandonadas.
Que Deus nos ilumine.
PAZ E ALEGRIAS

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

ESCOLA DA BENÇÃO

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ESCOLA DA BENÇÃO



MEIMEI
Psicografada por CHICO XAVIER
Sobre o Item 4* do Cap. XV do ESE



Sofres cansaço da vida, dissabores domésticos, deserção de amigos, falta de alguém...
Por isso, acordaste sem paciência, tentando esquecer.
Procuraste espetáculos públicos que te não distraíram e usastes comprimidos repousantes que não te anestesiaram o coração.
Entretanto, para teu reconforto, pelo menos uma vez por semana, sai te ti mesmo e busca na caridade a escola da benção.
Em cada compartimento aprenderás diversas lições ao contacto daqueles que lêem na cartilha das dores que desconheces.
Surpreenderás o filme real da angústia no martírio silencioso dos que jazem num catre de espinhos, sem se queixarem, e a emocionante novela das mães sozinhas que ofertam, gemendo, aos filhos nascituros a concha do próprio seio como prato de lágrimas.
Fitarás homens tristes, suando penosamente por singela fatia de pão, como atletas perfeitos do sofrimento, e os que disputam valorosamente com os animais com os animais um lugar de repouso ao pé de ruínas em abandono.
Observarás, ainda mais, os paralíticos que sonham com a alegria de se arrastarem, os que se vestem de chagas esfogueantes, suplicando um momento de alívio, os que choram mutilações trazidas do berço e os que vacilam, desorientados, na noite da loucura...
Ver-te-ás, então, consolado, estendendo consolo, e, ajustado a ti mesmo, volverás ao conforto da própria casa, murmurando, feliz:
- Obrigado, meu Deus!


MINHA REFLEXÃO

Essa mensagem da querida e benfeitora irmã Meimei nos lembra que se estamos em angústia, devemos nos consolar buscando nossos irmãos que estão nesse mundo, como nós, ao sabor dos resultados de suas incúrias contra si mesmo ao longo dos séculos em que foram categorizados como Espíritos já cientes de seu livre arbítrio, saindo de sua infância espiritual.
Muitos hoje ainda estão plantando, até com afinco, vivendo a filosofia da vida única, uns mesmo sem consciência, outros já bem esclarecidos ou sobejados pelas doutrinas reencarnacionistas, mas que preguiçosamente vêem apenas como um ideal, pois, certamente ainda não podem viver hoje essa filosofia, se escondendo nas mútiplas atividades do dia a dia, que devem ser vivida, dia a dia (S. MATEUS, cap. XXII, vv. 1 a 14.); outros já tentam, com certa dificuldade, viver a doutrina cristã, seja de qual for o credo religioso, refletindo sobre tudo que o Cristo falou na sua iluminada passagem entre nós**, tentando fazer o que ele nos ensinou, saindo de si mesmo, reformando-se, buscando aqueles que sofrem, que tem fome, sofrem o frio, estão preso ou estão doentes (S. MATEUS, cap. XXV, vv. 31 a 46.).
Conforme a mensagem anterior aqui refletida, o chamado para esse trabalho redentor, que nos reintegra ao Reino de Deus, que há muito nos distanciamos, foi feito pelo Cristo de Deus dois mil anos atrás e muitos se tornaram, de lá para cá, aos poucos, os trabalhadores da última hora (S. MATEUS, cap. XX, vv. 1 a 16.).
Ele, que aniversaria simbolicamente nesta data, 25/12, nos deixou o seu legado maior na resposta ao doutor da lei, que objetivando tentá-lo, lhe perguntou qual era o maior mandamento da Lei de Deus, respondendo-lhe: Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito. - Esse o maior e o primeiro mandamento. - E aqui está o segundo, que é semelhante ao primeiro: Amarás o teu próximo, como a ti mesmo. - Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos (S. MATEUS, cap. XXII, vv. 37 a 40). Essa belíssima passagem, mas de grande fim prático, foi reunida, junta a outras passagens evangélicas como a do “bom samaritano”, a “separação dos justos e injustos, a “caridade segundo São Paulo”, no capitulo FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVACAO de O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, que nos orienta que o que faz o bom cristão não é a religião que professa, mas sua dedicação a causa dos desfavorecidos e sofredores. Esses que devemos tê-lo em conta como aqueles que estão colhendo seus deslizes espirituais, são nossos irmãos eleitos por Jesus como aqueles que precisam de cuidados, para os quais Ele dedicou a sua passagem aqui na Terra (S. MATEUS, cap. V, vv. 5, 6 e 10; S. LUCAS, cap. VI, vv. 20 e 21).
Se nós nos contentarmos com o que já fizemos de errado no passado, contrário a Lei de Amor e pararmos de fazer mal a nós mesmo, trabalhando contra nossa própria felicidade, poderemos, mesmo estando entre esses eleitos de Jesus, praticando a CARIDADE para conosco e nossos semelhantes, construir, a partir de hoje, dessa vida, o Reino de Deus em nós (a felicidade tão decantada pelos idealistas).

Que Deus, nosso Pai e o Mestre Jesus, nosso Irmão Maior, nos ajudem.



*4. Mas, os fariseus, tendo sabido que ele tapara a boca aos saduceus, se reuniram; e um deles, que era doutor da lei, foi propor-lhe esta questão, para o tentar: - Mestre, qual o grande mandamento da lei? - Jesus lhe respondeu: Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito. - Esse o maior e o primeiro mandamento. - E aqui está o segundo, que é semelhante ao primeiro: Amarás o teu próximo, como a ti mesmo. - Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos. (S. MATEUS, cap. XXII, vv. 34 a 40.)
Caridade e humildade, tal a senda única da salvação. Egoísmo e orgulho, tal a da perdição. Este princípio se acha formulado nos seguintes precisos termos: "Amarás a Deus de toda a tua alma e a teu próximo como a ti mesmo; toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos." E, para que não haja equívoco sobre a interpretação do amor de Deus e do próximo, acrescenta: “E aqui está o segundo mandamento que é semelhante ao primeiro” , isto é, que não se pode verdadeiramente amar a Deus sem amar o próximo, nem amar o próximo sem amar a Deus. Logo, tudo o que se faça contra o próximo o mesmo é que fazê-lo contra Deus. Não podendo amar a Deus sem praticar a caridade para com o próximo, todos os deveres do homem se resumem nesta máxima: FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO.(Allan Kardec, In: O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XV, item 5.

**Naquela oportunidade, a humanidade da época (da qual já fazíamos parte) quis de qualquer modo torná-la obscura imolando-o na cruz